11/07/09

Por uma Educação Melhor...

No passado do poeta que escreveu versos sublimes, há quase de certeza um professor que o obrigou a exercitar-se na sintaxe, que o forçou a corrigir vezes sem conta frases mal escritas, que ralhou com ele quando se desleixava. Na juventude daquele que escreveu uma bela sinfonia houve muito possivelmente uma professora, talvez já velhota, que lhe explicou cem vezes, pacientemente, qual era a forma correcta de colocar as mãos quando se sentava ao piano. O poeta e o músico tiveram os seus nomes escritos na História, mas ninguém recorda quem foram os seus mestres. No entanto, há uma beleza imensa nesse passar despercebido, nesse ter rasgado as mãos ao trabalhar nos escuros alicerces de um mundo melhor. Uma beleza que só é apreciada pelas grandes sensibilidades, como são as daquelas pessoas que se dedicaram de corpo e alma à educação. Uma boa parte da humanidade prefere aquilo que dá nas vista ou produz frutos imediatos...

Reflexão final - Finalmente chegada ao porto onde agora descanso...

Finalmente chegada ao porto onde agora descanso...
Comecei esta disciplina com bom grado, sobretudo após verificar os conteúdos abordados e sentir que muita da informação e trabalhos passavam pela identificação da relação entre os media digitais e os jovens, assim como a análise das formas de interação social emergentes da utilização dos média. Na medida em que trabalho com jovens diariamente e como coordenadora TIC me apercebo facilmente da relação entre aqueles e todo o mundo digital, esta disciplina considerei-a como sendo uma ponte entre o que vejo e que elações daí posso tirar. Senti que seria também uma forma de alargar os meus horizontes ao nível científico e pedagógico. Achava que não ía ser muito fácil lidar com a necessidade de tempo e de trabalhos a realizar, aspecto que senti também em relação às outras disciplinas neste meu mestrado. Quando se está a tempo integral, há que fazer uma boa organização do tempo e do trabalho. O meu primeiro desafio foi o de ler atentamente o contrato de aprendizagem que me definiria os objectivos, as competências, o percurso de conteúdos, uma metodologia que se preveu dinâmica o que aumentou a minha motivação. A calendarização assim bem definida bem como os conteúdos e actividades previstas funcionaram como uma agenda minha nesta disciplina. Sabendo sempre o que fazer e quando e exactamente como, torna mais fácil toda a aprendizagem creio. Diria que nas minhas espectativas estava um bom porto onde chegaria, de forma a ganhar algo, a enriquecer-me como pessoa e como profissional.
Chegada finalmente ao porto onde agora descanso, revejo o que foi até hoje este percurso e sinto que só ganhei como pessoa e como profissional.
Ao longo destes trabalhos tive oportunidade de ler sobre temáticas relacionadas com as tecnologias e os jovens, pelo que ganhei muito com isso. Talvez de outra forma, não o fizesse. Sinto assim que ganhei muito em termos de utilização do meu tempo e do meu trabalho.
A forma como a partilha de opiniões foi feita via fórum considero que foi muita positiva. Os colegas manifestaram-se sempre de uma forma correcta, contribuindo com as suas ideias, mas quase sempre valorizando as restantes opiniões e trabalhos.
Após a experiência com os trabalhos de grupo, acho que não podiam ter corrido melhor a meu ver e desde já manifesto aqui o meu agrado pelos colegas com quem trabalhei que mostraram em todos os momentos um trabalho de louvar e que ajudaram a que o meu percurso também corresse pelo melhor. Os prazos foram sempre cumpridos, nunca houve falhas em termos do trabalho de grupo e a questão afectiva esteve sempre presente da forma mais positiva. Sem desprestigiar qualquer outro elemento do grande grupo, aqui nesta unidade curricular tenho a agradecer aos colegas Nuno Lopes, Octávio Inácio, Paulo Azevedo, Pedro Amaral, Rui Fernandes e Sandra Sousa. Quando existe trabalho em grupo, na minha opinião, os seus elementos são preciosos para um bom decorrer de todo o trabalho e para uma continuada vontade de prosseguir.
Um aspecto que considero muito importante teve a ver com a qualidade dos trabalhos apresentados por cada elemento ou grupo, que permitiram um maior desenvolvimento face aos conteúdos e opiniões partilhadas.
Uma questão a sublinhar pelo seu carácter positivo relaciona-se com a estrutura desta unidade. A estrutura temática tinha um fio condutor bem orientado e os timings bem definidos. Esta coerência ajudou bastante a organizar o meu tempo e trabalho.
A dinâmica entre os colegas ao longo de todo este tempo foi muito positiva e o facto de ter havido um feed back face ao resultado geral de cada tema por parte dos professores ajudou a sentir que não estavamos sozinhos. Esse feed back foi a ponte entre cada tema que fomos abordando.
Só tenho a dizer, para terminar que, se algum receio tinha, foi infundado, agora o sinto e refiro. Em nenhum momento senti perda nesta unidade curricular, pelo contrário. Os ganhos foram constantes e não terminam por aqui, pois considero terem ajudado a abrir ainda mais a porta para um desenvolvimento meu, como pessoa e como profissional.
Paula Simões

Análise da Indentidade em Sites Sociais - Intervenções no fórum

por Rui Fernandes - Quarta, 3 Junho 2009, 07:28
VivaOs sites sociais são apenas mais uma das ferramentas virtuais à disposição dos jovens para a sua socialização, para a formação da sua identidade, da procura do "eu", muito embora resulte dos trabalhos efectuados que não se encontram esses "eus" de forma significativa ou, se assim o quisermos identificar, mais facilmente encontramos o que poderíamos designar de "eu" colectivo. Percebe-se, da parte dos jovens, “uma compreensão do mundo, uma identidade partilhada, uma busca de inclusão, um consenso com vista a um interesse colectivo” (Livingstone, 2005).As marcas identitárias foram encontradas por todos os grupos e não representam mais do que o que tinha sido estudado com base nos textos fornecidos na actividade anterior.Encontramos, claramente, uma diferença entre rapazes e raparigas no que respeita ao aspecto gráfico, na apresentação estética. As características identificadas em sites de rapazes são idênticas, maior agressividade em termos de texto e composição gráfica do site, menos identificação pessoal, menos revelações de si próprios, procurando garantir uma maior privacidade. As raparigas com um discurso mais terno e fraterno, com mais preocupações estéticas onde os emoticons se apresentam em grandes quantidades e onde os brilhos, as cores e as sensações parecem estar sempre presentes. Revelam-se mais e parecem não se preocupar com a privacidade identificando muitas delas a escola que frequentam, com todos os riscos que isso pode acarretar, bem como as inúmeras fotografias que se podem encontrar. Denotam aqui algum menor contacto com alguém que lhes tenha permitido uma integração no site dando a conhecer os perigos que daí poderiam advir. Como defendem Goldman e Mcdermott (2008), é importante a criação e a sustentação de um ambiente intergeracional que permita aos jovens a aquisição da capacidade de liderar.As preocupações estéticas, tal como o número de amigos, fives, comentários, são manifestações de afirmação pessoal, parecendo que esta é uma real necessidade. Gostam de sentir-se elogiados e a demonstração de conhecimentos tecnológicos para proporcionar um site agradável ao olho de quem observa, atractivo, é importante na rede social e marcante de uma posição na hierarquia do sucesso.No entanto, as características comuns a ambos os géneros continuam a ocupar um espaço importante de análise. Em ambos os casos, é evidente a necessidade de uma certa afirmação pessoal revelada pela "competição" entre todos pelo ceptro do número de amigos. Verdadeiramente, o número de amigos nem sempre corresponde aquilo que são os comentários, as participações e as interacções registadas. Verifica-se também que a maioria dos amigos está na mesma faixa etária e que a partilha de emoções se traduz em textos escritos com linguagem própria, nem sempre facilitada e com limitações linguísticas que podem ser importantes revelando, certamente, dificuldades em termos de escrita no futuro. Os jovens partilham experiências, encaram os sites como prolongamentos da sua vida, mas não fazem uma única referência à utilização do site com fins pedagógicos ou de aprendizagem.Muitos jovens analisam-se, fazem autocrítica, mostram os seus defeitos e este é um aspecto importante destes sites: a reflexão pessoal. Já Stern (2008), nos seus estudos de análise, referiu que a recompensa mais referida pelos jovens era a da possibilidade que a construção de sites lhes dava de fazerem uma que, de outra forma, dificilmente fariam. Trata-se de um aspecto muito importante, já que confere ao jovem a possibilidade de colocar-se no seu lugar e pensar em função de si próprio e não daquilo que acha que os outros devem "ver".Um aspecto preocupante detectado em vários sites é a diminuta leitura e referência a livros feita pelos jovens. Denota um afastamento que não é positivo em termos sociais e culturais. Outra preocupação é a do não acompanhamento destes espaços pelos educadores, em grande parte dos sites analisados, já que não é de crer que, sendo acompanhados, fosse permitido determinado tipo de linguagem ou comentário desagradável em relação a outrém, como encontramos algumas vezes. Por outro lado, há um ponto comum que é a música, fundamentalmente, anglo-saxónica, que os jovens ouvem e fazem-no em grandes proporções. Ouvem muita música e referem muitos grupos ou cantores conhecidos de todos e outros menos conhecidos do chamado grande público.Até...RF
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por Paula Simões - Quarta, 10 Junho 2009, 16:13
Boa tarde, Após ler atentamente todos os trabalhos apresentados e que considero de grande qualidade, vou aqui referir os aspectos que considero mais marcantes ao nível das marcas identitárias dos jovens em sites sociais sobretudo no hi5. - À vista salta o tipo de linguagem adaptada utilizada e muito pela negativa, o calão de forma persistente e mostra de, como diz o Rui, falta de acompanhamento; - A expressão gráfica presente nomeadamente no hi5, demonstra uma preocupação de gosto pessoal e imprime uma postura perante os outros; - A forma como o hi5 é utilizado para comunicar, partilhar, procurar apoio ou mesmo insultar. Considero que é interessante a forma como estes espaços virtuais "ajudam" os jovens a crescer, mas ao mesmo tempo é assustador a forma como o potencial se pode reverter da pior forma, para humilhar e criar atritos entre os utilizadores. Senão vejamos, como é referido num dos trabalhos mais especificamente, de um amigo do meu amigo eu chego a outros, salvo se os espaços forem privados. Não é de estranhar que uma rapariga algures num hi5 esteja a ser "crucificada" por outras e venha a saber isso por uma amiga distante que por coincidência era conhecida de um amigo que visualizou o referido espaço de maldizer. Parece confuso, mas a rede social a que me refiro é isto mesmo. Sem se darem conta os jovens são conhecido algures bem longe do que imaginam, através da escrita ou de fotos, com ou sem o seu consentimento. O que está a falhar na comunicação verdadeira face to face, está dispersa na rede, quase sem qualquer controlo por parte de ninguém. Daí a necessidade dos jovens se integrarem no grupo pela positiva, se enquadrarem nos moldes aceitáveis do grupo de iguais. Ser rapariga ou rapaz na rede social pode ser diferente, mas as consequências de uma má gestão da interacção podem ser determinantes. Fica a questão que tem sido aqui colocada várias vezes...onde isto vai parar? Que consequências desta evolução algo desregrada terão os jovens de enfrentar no futuro? O Rui já referiu algo neste sentido, fica sempre muito por dizer! *Paula
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  • A escolha da intervenção do Rui, está relacionada com o facto de mostrar um apanhado de quase todo o trabalho feito pelos grupos. Além das características que aponta relacionadas com as diferenças de género, especifica as marcas identitárias presentes nos vários sites e vai mais além com uma análise da relação entre essas marcas e o desenvolvimento pessoal dos jovens.
  • A segunda intervenção escolhida vem acrescentar algo à primeira, sintetiza ideias ressalvando os aspectos mais marcantes dos sites analisados, no seu geral e alerta para aquilo que será o futuro de uma geração algo desenfreada na forma como se expõe e terminando com uma questão importante que deixa em aberto qualquer tipo de discussão sobre as consequências desta evolução tecnológica e a forma como ela é utilizada.

10/07/09

Análise da identidade em sites sociais- trabalho de grupo

Análise da Identidade em Sites Sociais: Comentário e Reflexão

Competências: Identificar marcas identitárias da adolescência em sites sociais de jovens

Actividade: Construção em grupo de uma grelha de análise de marcas identitárias em sites sociais de jovens e análise de sites escolhidos, tendo em conta a grelha construida.

Comentário: Nada como a observação "in loco" ou estudo de caso para comprovarmos teorias, ideias e conseguirmos perceber melhor tudo o que vai sendo dito após leituras de textos sobre as várias temáticas. Esta actividade foi no fundo o culminar de tudo o que havia sido dito sobre identidade dos jovens, a sua construção e os sites sociais que eles constroem. A estratégia da procura de sites de jovens e análise com base numa grelha criada pelo grupo, fez com que nós observassemos, com olhos de ver e aplicássemos o que até aqui tanto discutimos. A prova estava à nossa frente, nos sites que analisamos, mais ou menos evidente. Para avaliarmos 4 sites acabamos por ver muitos mais. Foi interessante a partilha dentro do grupo, que mais uma vez trabalhou com afinco, das informações que os jovens transmitem nos seus sites. Cada elemento do grupo foi relacionando o observado com o assimilado previamente e o trabalho foi-se construindo. A partilha final com o grande grupo permitiu ver ainda mais além, até porque não havia análise única de hi5. Ampliamos conhecimento e mais uma vez partilhamos experiências e ideias.

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O trabalho desenvolvido ao longo desta unidade curricular culmina com o testemunho prático de tudo o que foi aqui referido. A forma como os jovens formam a sua identidade e como a tecnologia influencia essa formação. Existe um ciclo que se fecha em si mesmo quando nos apercebemos que a tecnologia ao dispor dos jovens é por eles utilizada de forma incrível e isso provoca uma formação mais ou menos atribulada da sua identidade. O resultado vai de encontro a um crescimento do individuo, mais ou menos equilibrado, mas que vai ter implicações na forma como ele utiliza as tecnologias em seu favor e para reflectir-se na sociedade a que pertence. Assim, cheguei, junto com os meus colegas de grupo a algumas conclusões:

- a análise dos sites sociais por nós feita e os resultados obtidos são uma prova das competências dos nativos digitais.

- A dificuldade em acompanhar, muitas das vezes os jovens neste percurso de utilização desses sites prende-se com a ligação tardia aos media, daí serem imigrantes digitais

- Está mais que definido o papel da Internet na construção da identidade durante a fase da adolescência, pela vivência de sentimentos de competência que permite.

- A Internet é um espaço por excelência da exploração da identidade e um meio de socialização

- Dada a elevada quantidade de adolescentes que aderem às redes sociais, torna-se urgente a necessidade de segurança na Internet e o acompanhamento pelos pais/educadores em termos de atitudes e formação/informação

- Os jovens assumem uma cultura escrita específica nos seus sites “As tecnologias não são realmente um fim em si mesmas, mas antes um meio para atingir um fim”. Todo o trabalho desenvolvido pelos vários grupos nesta actividade foi de encontro a uma resposta. Os nativos digitais utilizam a tecnologia ao seu alcance como um meio, até inconsciente de construção da sua identidade, nomeadamente nos sites que produzem e a partir dos quais interagem socialmente. Esses sites impregnam-se de marcas identitárias específicas dessa situação.

Trabalho do grupo em http://www.slideshare.net/sandramvsousa/grupo-reggae-1#stats-bottom

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A base bibliográfica foi toda a referida até à data

28/05/09

Média Digitais e Construção da Identidade Social: Comentário e Intervenções no fórum

Comentário: Em mais uma estratégia de grupo, surge a hipótese de alargar leituras. Nesta actividade, tentei escolher o texto que se relacionava com a questão da possibilidade da comunicação móvel ter influência na construção da identidade dos jovens. Quando, antes de ser iniciada, vi o texto entre os outros, senti que seria este onde mais me debruçaria, por ir um pouco mais além do que haviamos discutido e analisado até à data, que se concentrava mais em ambientes online. Mesmo sabendo que iria analisar os conteudos apresentados pelos restantes colegas, a maior concentração foi para a temática do meu grupo. O timing dado para o trabalho foi perfeitamente aceitável e o grupo manifestou uma excelente capacidade de trabalho e organização. Esta estratégia mostrou-se muito válida porque permitiu dividir as leituras e partilhar as ideias entre todos de uma forma que não considero ter sido cansativa. Perante a estrutura pensada previamente, tem toda a coerência a forma como ela a esta altura se apresenta.
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Re: Síntese Grupo 2 por Paula Simões - Sexta, 8 Maio 2009, 15:30
Olá a todos, O texto, que apresenta de uma forma bem elaborada a questão da construção da identidade dos jovens com a intervenção das tecnologias, vem dar continuidade ao muito que aqui temos "falado" sobre o assunto. No entanto, há uma questão que coloco em causa. Será mesmo que os jovens pretendem aprender HTML no sentido de aumentar a auto-estima? Para desenvolver competências de construção? Sendo sincera, não creio. Os jovens pretendem sim um espaço interactivo com o seu grupo de pares, em que o feed-back é realmente importante, mas procuram-no de forma fácil. Hoje perguntava numa turma de alunos com 13 anos se tinham blogs, porque o faziam, o que lá colocavam... Das muitas respostas semelhantes, como encontrar amizades e comunicar com amigos, saltou a resposta do Diogo..."é para mostrar a minha classe" e, quando ironicamente abordado por uma colega sobre "que classe"?, ele manifestou preocupação com algo do género..."não achas??" Ora esta situação mostrou perfeitamente a necessidade do feed -back positivo, o elogio como é referido no texto, com vista à auto-promoção, a motivação para seguir em frente. Por outro lado, a promoção da audiência através de recursos quase "publicitários" como a cor, as músicas e a utilização de celebridades, são um sintoma de necessidade daquele feed-back. Avaliação externa e interna contribuem para a construção do "eu". Paula >>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>>><<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<<>
por Paulo Azevedo - Domingo, 10 Maio 2009, 23:52 Muitos parabéns aos colegas do grupo 3 pela síntese feita.
Olá caro Rui. Devo dizer que não partilho das tuas reservas e eu sei que não te importas que eu dê a minha opinião sobre o que disseste. Vejamos o que acontece com os jovens adolescentes nos espaços físicos actuais (atómicos como diz Negroponte): eles juntam-se em "bandos" porque se identificam com os jovens que acompanham ou porque têm comunhão de interesses ou porque procuram uma identidade. Não é muito diferente nas redes sociais (de bits). É normal que eles elaborem sobre o seu perfil, procurando os seus próprios ideais de identidade, aquilo que querem ser. Os perfis existentes no MySpace não são sempre inteiramente fictícios, como sugeres, mas, como é referido no texto, muitas vezes são "inventadas informações pessoais", algumas vezes como uma questão de defesa da esfera privada, outras vezes é "um faz de conta" que ilustra um desejo sobre o que se gostaria de ser, ou uma manifestação de identificação com o grupo a que se pertence ou quer pertencer. Na vida real os jovens também exercitam esta busca de identidade, vestindo-se como as celebridades que adoram, ou simplesmente como os colegas e amigos, mudando a maneira de falar, usando determinado vocabulário. Mas isso são os ensaios da identidade naturais na adolescência (tanto no mundo digital como no real). Tenho alguns alunos que têm páginas no Hi5, por exemplo, e que as usam como uma outra forma de se manterem ligados aos amigos da escola ou de outros lugares. Eles conhecem-se uns aos outros e não precisam revelar de onde são ou onde vivem, mas revelam os seus gostos pessoais (música, celebridades do mundo da música e dos filmes). É verdade que os pais têm tendência a super-proteger os filhos. Muitos pais querem que os seus filhos sejam mais perfeitos que eles. Muitos pais cometerem os maiores erros na adolescência e apenas querem que os filhos não os cometam, criando limites, não explicando, não se abrindo, apenas impondo. E o que muitas vezes acontece é que os filhos acabam por cometer os mesmos erros e os adultos não compreendem porquê. É, também, uma realidade a enorme contradição da sociedade de hoje, que é referida no texto: "vende-se" sexo, violência e drogas aos adolescentes (na TV, na Internet, nas revistas, nos video-jogos), mas a sociedade impõe limites à liberdade dos adolescentes. Que grande contradição! Aqui Rui, aqui é que reside a causa, associada ao não acompanhamento ou o mau acompanhamento por parte dos pais, de alguns casos de violência que referes. É só revermos as parangonas jornalísticas e os artigos que as acompanham para verificarmos que as causas da violência que referes não têm origem nas redes sociais. Podem passar por lá as demonstrações ou os anúncios de actos violentos (como passam em muitos lugares reais em todo o mundo), mas as causas desses comportamentos patológicos são outras. Um abraço Paulo Azevedo
  • A primeira intervenção vem colocar uma questão importante. Muitas vezes cai-se no erro, a meu ver, de que os jovens pretendem uma melhor performance na elaboração dos seus sites. Na realidade, há que combater esta ideia porque, maioritariamente, os jovens pretendem uma receita simples, rápida e com os resultados pretendidos. Aqui referi essa situação, em contraponto ao que havia sido referido em outras intervenções.
  • Na segunda intervenção são referidos aspectos de base. Aquando da construção do seu site, A possibilidade de defesa ao "inventar", pelo jovem, de informações, o "faz de conta" a identificação com o grupo de iguais por um lado e a grande importância que o acompanhamento por adultos tem pelo outro. O mau ou não acompanhamento dos jovens neste processo, como refere o Paulo, pode trazer consequências inevitáveis e muito desagradáveis, pessoais ou sociais. _______________________________________

Texto 1 Weber, S.; Mitchell, C. (2008). Imaging, Keyboarding, and Posting Identities: Young People and New Media Technologies. In Youth, Identity, and Digital Media: 25-47.

Texto 2 Stern, S. (2008). Producing Sites, Exploring Identities: Youth Online Authorship. In Youth, Identity, and Digital Media: 95-117.

Texto 3 Boyd, D. (2008). Why Youth ♥ Social Network Sites: The Role of Networked Publics in Teenage Social Life. In Youth, Identity, and Digital Media: 119-142.

Texto 4 Stald, G. (2008). Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media. In Youth, Identity, and Digital Media: 143-164.

Texto 5 Goldman, S.; Booker, A., & McDermott, M. (2008). Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation. In Youth, Identity, and Digital Media: 185-206.

Texto 6 Yardi, S. (2008). Whispers in the Classroom. In Digital Youth, Inovation, and the Unexpected: 143-164.

26/05/09

Média Digitais e Construção da Identidade Social

Competências: Analisar e discutir o papel dos media digitais na construção da identidade social dos jovens.
Actividade:Leitura e elaboração de uma síntese de um texto de Gitte Stald, em grupo a apresentar no fórum, para posterior discussão conjunta com os outros grupos e respectivos trabalhos.

Neste artigo, Gitte Stald, propõe-se reflectir sobre a importância do telemóvel enquanto meio de comunicação privilegiado dos jovens e a sua influência nos processos de afirmação e construção de identidade social. O telemóvel tem um valor simbólico imediato, de grande poder para os jovens. Para os adolescentes o telemóvel, ao contrário dos adultos, simboliza muito mais do que sua função prática pressupõe. Assume-se como um meio de comunicação de duplo significado, enquanto ferramenta e canal para a troca de informação e instrumento de socialização que decorre desse processo. O aparelho em si dá-nos sinais sobre a identidade do seu utilizador. A questão do “estar presente” prende-se com 3 percepções mutuamente relacionadas. A percepção da presença num espaço partilhado (quer seja físico, virtual ou psicológico); a capacidade de estar, simultaneamente, "presente" em mais que um sítio; a potencial perturbação provocada por um telemóvel em situações sociais. Os jovens estão sempre noutro local, potencialmente, diferente do local físico em que se encontram. Embora eles considerem um ideal normativo de comportamento em relação ao uso do telefone (no contexto de família ou amigos), o telemóvel acaba por “afastar” as pessoas com quem se está, dada a necessidade de verificar se há mensagens ou de responder a uma chamada. Não é possível estar realmente em dois sítios ao mesmo tempo. O uso da linguagem, a sua forma actual de interagir nos diálogos provoca um suporte que mantem a existência dos grupos sociais, bem como um sentimento de pertença a um grupo. Os jovens vivem num período que se caracteriza por um sentido colectivo e pessoal de fragmentação e incerteza. O telemóvel serve como ferramenta pessoal predominante para coordenação dos dias, para a actualização de cada um nas redes sociais e para a partilha colectiva de experiências. É assim o mediador de significados e emoções que pode ser extremamente importante na formação da identidade nos jovens. A necessidade de aprender a gerir e desenvolver a identidade pessoale a importância da ligação social é facilitada pelo telemóvel. Daí se falar de "indentidade móvel". A constante negociação de valores e representações e a necessidade de se identificarem com os outros resulta numa fluidez de identidade. A constante disponibilidade e presença associados ao telemóvel demonstra quão importante ele é. Reforça e aumenta um ritmo de comunicação intenso e de experiências emocionais e intelectuais. O telemóvel é uma ferramenta importante que permite a uma pessoa estar no controlo, mas ao mesmo tempo tem-se tornado mais importante ser-se capaz de controlar o equipamento. Numa comunicação por telemóvel está-se fisicamente presente num espaço, mas mentalmente presente em um outro. Ele proporciona um sentimento de proximidade e segurança numa determinada situação, chegando a ser comparado a um “guarda-costas” simbólico. Um outro aspecto prende-se com a função do telemóvel como uma ligação pessoal, uma espécie de diário de vida que guarda momentos, memórias, pensamentos de uma forma visual e textual. O telemóvel acaba por ter também uma função de bloggmovél privado que pode ser partilhado com amigos. Permite documentar experiências pessoais com som, imagens e video e é um equipamento que está sempre presente, disponível, no local onde uma situação acontece. É assim uma ferramenta chave para capturar momentos, armazenar informação e documentar experiências. O telemóvel funciona também como um tipo de diário digital que é alegremente partilhado com amigos, mas também pode ser concebido como uma extensão do corpo e da mente e até mesmo um tipo de “eu” adicional. Ele representa uma linha para a auto percepção e há quem argumente que o utilizador do telemóvel é um tipo de cyborg. Os jovens experimentam uma certa simbiose com os seus telemóveis, em que o equipamento físico se torna entendível como uma representação do significado pessoal e de identidade. Não se trata tanto do equipamento, mas sobretudo do conteúdo que por exemplo o cartão SIM contém. O número de telemóvel, numa mudança de equipamento mantém-se inalterado, uma vez que os jovens consideram ser é o código para as relações sociais e íntimas. Como instrumento de aprendizagem social, pode ser entendido como aprendizagem aquando das interacções sociais e assim aprendizagem das normas sociais. Estas normas estão em constante testagem e modificação pelos jovens. Como elemento causador muitas das vezes de distúrbio em situações de comunicação face a face, o telemóvel é utilizado contra as regras em ambientes públicos, por exemplo quando se utiliza em conversas demasiado altas, ou em locais como restaurantes, embora estas situações variem com as culturas. Por outro lado, há uma moderação e ensino do bom comportamento entre os jovens. Cada troca comunicativa envolve negociação de normas sociais e assim a identidade do grupo. Embora as normas variem entre os grupos, os comportamentos sociais reflectem as normas colectivas. Verifica-se que uma negociação mútua das normas sociais é qualidade básica da identidade do grupo para uma integração na comunidade.

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Texto 4 Stald, G. (2008). Mobile Identity: Youth, Identity, and Mobile Communication Media. In Youth, Identity, and Digital Media: 143-164.

26/04/09

Construção da identidade social nos adolescentes no contexto online

No que diz respeito à ligação entre a construção da identidade e a ligação ao mundo virtual, os constrangimentos como o corpo, sexo biológico, raça, idade, tiveram um profundo efeito na auto-definição e auto- apresentação, tendo-se muitos destes atributos tornado flexíveis nos ambientes on-line. Eles tornam possível ao adolescente explorar a sua identidade pela linguagem, simulação e personagens que assume, tendo muitos amigos on-line com quem confortavelmente partilham informação sobre si próprios. Construir desta forma a identidade pode ser um processo contínuo e, quando nomeadamente os blogs criados pelos jovens, permitem um feed-back isto ajuda a criar as relações de grupos de igual. Os weblogs representam actualmente um novo meio para a comunicação mediada por computador e fornecem algumas pistas sobre a auto-expressão do adolescente. No meio virtual, a identidade é flexível, dado o possível anonimato, e o jovem, fazendo do blog um diário pessoal, permite-se escapar à confusão em assumir o ser-se adolescente. Ele cria, inventa, contrói de forma criativa e inovadora o que para ele é mais confortável de se sentir. É interessante a forma como os jovens se manifestam através dos blogues ou páginas pessoais. Os blogs possuem características que permitem uma fácil manipulação:
  • são fáceis de usar, não sendo necessários conhecimentos em HTML;
  • as formas de arquivar a informação e conhecimento facilitam o seu acesso;
  • oferecem oportunidades para os outros comentarem e darem assim um feed-back;
  • promovem uma comunidade on-line pela possibilidade da presença de links para outros blogs;
  • Possuem facilidade de manutenção e criação sem necessidade de recorrer a um técnico;

Numa análise a vários blogs e após estudos vários, chegou-se à conclusão de que existem diferenças na sua criação, apresentação e linguagem tendo em conta o género.

Um outro aspecto interessante é a forma como os jovens comunicam na impossibilidade dos gestos corporais, expressões faciais, vitais para expressar a opinião e as atitudes. Eles usam os imoticons, famosos smiles, grafismos mais utilizados pelas raparigas no seu discurso, o que pode reflectir a maior predisposição para os rapazes "negarem" os seus sentimentos. Estes utilizam um estilo de linguagem mais directo e intimista, enquanto que os elementos femininos apresentam uma maior timidez e baixa auto-estima, usando eufemismos como fuga às questões, utilizando a linguagem de uma forma bem mais passiva e até mesmo cooperativa.

No que se refere à identidade sexual, o espaço on-line favorece, pela sua flexibilidade e anonimato a expressão sexual dos jovens, bem como a sua exploração.

Em torno de todo este potencial proporcionado nomeadamente pelos blogs, acrescenta-se o perigo que representa a possibilidade de contacto com estranhos e as consequências que daí possam advir. Este aspecto está relacionado com o facto de, através do blog, os jovens poderem ser contactados on-line de variadas formas.

Consistente com a teoria de Erikson, criar uma página pessoal ou um blog relaciona-se também com sentimentos de mestria ou competências. Muitos dos jovens que criam páginas pessoais ou blogs dizem-se orgulhosos das suas habilidades que se definem, tendo em conta o uso de gráficos, existência de links, interesses, a presença explícita de valores e referências a hobbies ou desporto. Mais uma vez estas definicões variam consoante o género. Esta mestria é experienciada na criação e conteúdo do recurso construido.

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Huffaker, D.; Calvert, S. (2008). Gender, Identity and Language Use in Teenage Blogs. In Journal of Computater-Mediated Comunication, 10 (2), article 1.

Schmitt, K.; Dayanim, S.; & Matthias, S. (2008). Personal Homepage Construction as an Expression of Social Development. In Development Psychology, 44 (2), 496-506.

Schoen-Ferreira, T.; Aznar-Faria, M.; Silvares, E. (2003). A construção da identidade em adolescentes: Um estudo exploratório. In Estudos de Psicologia, 8 (1), 107-115.

http://lakshmibharadwaj.blogspot.com/2007/09/why-do-teenagers-blog.html

17/04/09

Identidade Social na Adolescência - Intervenções no fórum

Intervenção por Paula Simões - Quinta, 2 Abril 2009, 23:25
Dada a presença de textos tão completos, vou ficar mais por uma opinião, após a leitura dos textos obrigatórios, o complementar e um outro que encontrei. Esta temática fascina-me, até porque como coordenadora TIC e formadora encontro muito do que li. “We are those struggling souls, caught between childhood and adulthood, struggling on a path of self-discovery. That’s why we need a blog. We need to voice ourselves, it gives immense relief” A partir do momento em que a tarefa mais complexa e importante da adolescência é a construção da sua identidade, segundo Erikson, o jovem vive esta fase de forma instável, e de avanços e recuos. Caracteriza-se em termos interpessoais como auto-definição, personalidade, papéis, valores pessoais e morais. Ora, as possíveis limitações como sexo biológico, o corpo, raça, idade que têm um grande efeito na construção da sua identidade, aparecem camufladas pelo potencial das tecnologias por eles utilizadas, nomeadamente os blogs e as páginas pessoais. Com a apresentação de um blog como um diário pessoal, com as possibilidades de feed-back através dos comentários, o adolescente exprime-se no sentido que mais precisar, quero eu dizer, naquele que à partida não lhe cria “perigo” de marginalização no grande grupo de iguais. No entanto, ele expõe a sua vida, extravaza incertezas e busca um reflexo que vai contribuir para a sua auto-imagem. Chega-se ao cúmulo de ser possível o jovem criar uma personagem que lhe permite explorar a sua identidade, mas que nem corresponde à realidade. O jovem acaba por fazer prevalecer a expressão linguística, com características únicas em que a utilização dos imoticons, icons gráficos, ou os acrónimos, são uma constante. Porquê os blogs? São fáceis de utilizar e não carecem de técnicos para o manterem ou criarem. Apesar de existirem diferenças de género, em termos de expressividade e conteúdo, as potencialidades de anonimato são enormes, e a possibilidade do jovem explorar a sua identidade de forma até mesmo criativa e inovadora são uma verdade. Cabe ao jovem ter o discernimento, se é que posso neste contexto de construção de uma identidade num ser em desenvolvimento usar o termo. Cabe ao jovem discernir, de forma até inconsciente a melhor forma de aproveitar o recurso que tem pela frente, seja um blog ou uma página pessoal. Leitura extra - http://lakshmibharadwaj.blogspot.com/2007/09/why-do-teenagers-blog.html
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Estudo de caso Intervenção por Paula Simões - Sexta, 3 Abril 2009, 00:18
Escrevi num portal - blogues de adolescentes e entrei no primeiro Blog : Desabafos de uma adolescente: http://malucadanet.blogs.sapo.pt/ que começa assim: - Olá, bem vindos ao meu blog - Deixa um comentário e deixa uma mensagem escrita no mural - Além de tudo diverte-te com a minha vidinha - Jinhux...***swak*** O aspecto gráfico de entrada não é dos melhores, mas o interior/conteúdo é um must. Nele está implícito e até explicito tudo aquilo a que os textos que lemos se referem. Um típico diário pessoal. A caracterização pessoal plena de uma linguística adaptada (Amigos..: Sãö a cöisa mais preciösa**A minha melhör amiga chama-se Jöana! =P friends 4ever ) Depois de passear pelo blogue da Sara, não resisti a fazer uns excertos que denotam a forma como a jovem partilha e abre a sua vida ao mundo, apesar de algures dizer-se anónima. Poder-se-ía dizer que aqui abundam os avanços e recuos da construção da identidade da jovem e a forma expressiva como ela comunica e se auto-define em alguns momentos de forma paradoxal(a bold aspectos que destaco). Citando: “Hoje revi a Joana e o resto da matinha lá da escola e acho que foi como se tivessemos estado aqueles dias juntas (...)Parece que não é preciso contar-lhe os promenores, porque ela os sabe. Conhece-me melhor do que eu própra me conheço. Na verdade, acho que não me quero conhecer. Sei os meus limites e os meus medos... isso chega...” “Não tenho tido muito tempo para ler os blogs deste mundinho ao qual chamamos blogosfera. De certo modo esta é uma grande família à qual pertencemos e é neste cantinho em que partilhamos experiencias (não muita, no meu caso) e falamos do nosso dia-a-dia sem problemas nem perconceitos. Apesar de parecer idiota é muito mais fácil desabafar com quem não pode responder directamente às nossas lamúrias e nos contradizer (...) apesar de aqui sermos pessoas completamente anónimas que se podem fazer passar por quem quer que seja é muito mais fácil acabarmos por sermos falsos na vida real do que aqui, exactamente porque aqui ninguém nos conhece. Mesmo que sejamos feios, parvos, burros, brutos, antipáticos há sempre alguém que vai gostar de nós por nós próprios e é isso que eu gosto na internet e mais particularmente nos blogs, onde encontro uma solidão agradável e escrevo no silêncio do bater das teclas, sem vozes nem confrontos à minha volta. Não vivo sem o meu computador e sem internet, pois aqui é que eu sou e posso sempre ser quem realmente sou. "Pelos vistos tenho bulimia misturado com anorexia (ou seja, como pouco e quando me obrigam a comer mais começo aos vomitos, mesmo sem ter a intenção de o fazer)(...) Não foi propriamente difícil revelar isto no blog... mas parece que dizer isso na cara de alguém é bastante mais complicado..." O blogue é muito rico de conteúdo e comunicação com a presença de links até para um outro blogue dela. Interessante a forma como refere o anonimato quando em qualquer dia em que coloca informação e é quase todos os dias, ela se define em termos de identificação. Refere que, no caso dela não partilha muitas experiências, mas o blogue é um acumular quase mesmo diário de experiências descritas ao pormenor. A forma como a língua portuguesa ao nível sobretudo ortográfico se encontra releva para a tal falta de proficiência dos jovens digitais. Considero que para análise de um blogue tipicamente feminino em fase de construção da identidade adolescente é de visita. Falta tentar encontrar na blogosfera um espaço masculino que venha de encontro ao que designa Erikson quanto à diferença de género, quem sabe encontrado por um colega *Paula
  • Aquando da primeira intervenção aqui referida, considero que, após toda a leitura efectuada e textos alongados/sínteses colocadas por colegas, achei por bem fazer referência a aspectos que considerei mais marcantes. O facto de os blogs servirem como um diário com possibilidade de feed back e contributos para a construção da auto imagem do jovem. Por outro lado, a referência ao potencial do anonimato e ao sentido prático em termos técnicos que é o blog. Junto a isto o facto de ter feito pesquisa extra que ajuda a fundamentar de forma mais intensa, a opinião.
  • Quando analisamos determinada temática, à luz de certas teorias e tendo em conta opiniões e reflexões, creio que o estudo de caso vem comprovar, combater ou levar a mais pesquisa a nossa opinião formada sobre o tema em causa. Neste caso, quando se está a analisar a formação da identidade dos adolescentes, e a forma como a utilização nomeadamente dos blogs interfere nessa formação, nada como um estudo de caso. Depois de tanta leitura e análise procurei blogues de adolescentes e o que refiro aqui possibilita a observação de muitos dos aspectos que foram referidos ao longo dos temas no fórum. É feita referência à linguagem utilizada, a partilha de experiências, o diário feminino típico. Por outro lado faço a proposta para que algum colega encontre um blog masculino, já que nas nossas leituras foi sendo feita sempre uma comparação de género.

15/04/09

Identidade Social na Adolescência - Comentário e Reflexão

Competências a desenvolver: Reconhecer as características do processo de construção da identidade social nos adolescentes no contexto online. Actividade: Discussão do processo de construção de identidade na Adolescência

Comentário: Após duas actividades diferentes quer no conteúdo quer na estratégia de trabalho, surge esta que implicou a leitura de textos individual, uma autoreflexão e partilha com o grupo. A temática era a meu ver muito interessante e actual, pelo que a discussão gerada foi rica em intervenções e interactividade. Nota-se muita energia em todo o fórum, garantia do empenho e motivação do grupo.
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A identidade é uma tarefa central que se inicia na infância e termina com o culminar de uma vida. O papel da identidade no desenvolvimento da adolescência tem sido muito importante, mais especificamente, a capacidade de refletir sobre o próprio pensamento e, consequentemente, sobre uma auto imagem, acrescentando uma nova dimensão à auto-descoberta, em especial, de uma identidade sexual. É geralmente caracterizada em termos de características interpessoais como a auto-definição, traços de personalidade, os papéis e as relações na interacção e valores morais e pessoais.
Por outro lado, é nesta fase que se consolida a identidade pessoal e psicossocial.
Os adolescentes confrontam-se, através de uma crise potenciadora de energias, com uma problemática identitária . É também com uma certa desorientação entre avanços, hesitações e recuos que se fazem importantes experimentações de afirmação do ego, na construção de identidade.
Cada um de nós constrói o seu "eu" através de "outros significativos", das interacções relacionais, reais e fantasiadas. A identidade constrói-se nas experiências vividas através de um subtil jogo de identificações.
Segundo Erikson, a amizade é muito investida ao nível dos afectos. O melhor amigo do mesmo sexo é normalmente alguém com quem se partilham grandes inquietações. É como um espelho estruturante onde o adolescente se reconhece reflectido, onde se vê crescer. O grupo de pares pode ter como função apresentar modelos de identificação positiva para o adolescente. Erikson refere também a certeza que o grupo pode trazer às incertezas do adolescente. No entanto, pode apresentar alguns riscos negativos, sobretudo quando a relação com o grupo é de grande dependência. No final da adolescência o jovem obtém uma "identidade realizada", ele será capaz, como diz Erikson, de sentir uma "continuidade interna" e "uma continuidade do que ele significa para as outras pessoas".
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14/04/09

Cultura Digital - Terminologia: Comentário e reflexão

Competências a desenvolver: adquirir competências no uso da terminologia utilizada e dos conceitos associados à cultura dos nativos digitais. Actividade: de forma transversal, foi feita a construção de um glossário pela turma.

Comentário e reflexão - Quando a nossa prática educativa necessariamente invereda pelas tecnologias, isso implica uma constante actualização dos termos utilizados e que a cada dia se ampliam em número. Esta actividade algo dissolvida nas outras, possibilitou, sem grande esforço, a criação de um glossário acessível a todos os estudantes e de grande utilidade. Mais termos poderia ter, embora os constantes da actividade sejam um acrescento a muitos que suponho já eram de conhecimento geral. Por outro lado, o facto desta actividade ter sido feita de início garantiu o conhecimento de termos que acabaram por ser utilizados em outras unidades curriculares, como o caso de "avatar" ou peer -2 - peer. Assim, considero ter sido um ganho muito grande, esta actividade, pela forma como foi conseguida e no tempo em que aconteceu. Apesar de me terem proposto três termos para contribuir para o glossário, tive a curiosidade de fazer uma leitura atentada aos restantes de modo a poder ganhar ainda mais com esta actividade.

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Profit/$$ por Paula Simões - Domingo, 29 Março 2009 O conteúdo e a organização dos sites comerciais é muitas vezes concebido com rentabilidade como um dos principais factores. Esta motivação com base no lucro pode ter impacto na experiência dos utilizadores dos websites

Real-Time por Paula Simões - Domingo, 29 Março 2009 Relaciona-se com uma actualização tecnológica que pode sustentar-se com base na comunicação por texto ou Internet, a um grau muito próximo de uma interacção pessoal. Um sistema em tempo real, pode ser aquele onde a sua aplicação pode ser considerada critica na sua consecussão, tendo em conta o tempo de acção

Revver por Paula Simões - Domingo, 29 Março 2009 É um serviço de partilha de videos gerados apenas pelo usuário que é pago pelos videos a que faz upload (50/50). Os vídeos podem ser exibidos, descarregados e partilhados em toda a web. Revver é uma plataforma de publicitação de videos que pode permitir a um terceiro elemento construir o seu próprio site Revver. Aqui este terceiro elemento também é pago numa proporção de 40/40/20.

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http://www.moodle.univ-ab.pt/moodle/mod/glossary/view.php?id=89598

http://www.digitalnative.org/wiki/Glossary

13/04/09

Nativos Digitais versus Imigrantes Digitais - Comentário e Intervenções no fórum

Ao longo desta actividade, que se traduziu em trabalho de pesquisa, leitura, trabalho de grupo colaborativo e discussão em fórum sobre o trabalho dos vários grupos, tenho a referir que a aprendizagem foi maior pela partilha de opiniões no grupo, mas também pela análise dos restantes trabalhos que, diferentes na sua apresentação e de certa forma na abordagem do conteúdo possibilitaram um enriquecimento da discussão a ser feita. As intervenções foram muito boas pelo carácter positivo e de crítica construtiva. Foi a primeira experiência em trabalho de grupo assíncrono e achei que foi marcante pela novidade e sucesso, a meu ver.
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Intervenção por Paula Simões - Sexta, 20 Março 2009, 16:38 Dando alguma continuidade ou fazendo uma reflexão sobre o que refere o colega Pedro, "Existem sim, diferenças de natureza económica, cultural e social que impedem esse isomorfismo cultural, inclusive questões básicas relacionadas com o acesso aos equipamentos informáticos ou à internet". A aprendizagem não se pode realmente centrar nos critérios e interesses do aluno e nós, professores, ainda vamos conseguindo manter essa mesma aprendizagem num patamar aceitável de exigência. No entanto, o aluno é nativo e como tal faz uma aprendizagem exterior à escola à qual muitas das vezes não conseguimos chegar. Chegam mesmo a "desaprender" o que correctamente assimilam na escola, porque o exterior é mais forte e é feito num e por um grupo global de forte influência. Apercebo-me que a falta de acesso muitas das vezes aos equipamentos sobretudo fora da escola, em situações em que não há uma orientação, uma monitorização, podem até ser uma mais valia. Como também refere o Pedro, e muito bem, a tecnologia não pode ser um elemento chave no processo educativo. Os alunos vão levando o seu próprio caminho na utilização das ferramentas e diriamos de forma muito integrada mas... e este mas eu sublinho, como é referido em mais que um trabalho dos grupos, esse aluno não tem a proficiência para levar adiante a boa aprendizagem. Ele faz a pesquisa, não por critérios válidos para a aprendizagem pretendida, mas segundo o seu interesse. Se a essa altura ele tem um orientador, nativo ou imigrante, a situação serve para colmatar a falha e o aluno encontra o bom caminho. Se o guia não está presente, o trabalho vai finalizar-se de forma algo ao "sabor" dos caos e da sua vontade. O aluno não sabe utilizar o que pesquisou para aplicar a uma situação, ele não sabe muitas vezes o que pesquisar face a situações de interrelação mais complexas, porque lhe falta a vivência, a capacidade de análise e muito mais. Essas capacidades crescem com a vida e a constante aprendizagem. Agora...onde entram os valores? Muito haveria aqui a dizer-se, porque teriamos de nos dividir em grupos de trabalho exaustivo para encontrarmos os verdadeiros valores e príncípios que supostamente os nativos digitais, estudantes digitais, jovens desta era tecnológica deveriam desenvolver, adquirir, manifestar.
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Intervenção por Carlos Raminhos - Quinta, 26 Março 2009, 19:17
1. De nativo analógico a imigrante digital?Em 1965, veio parar às minhas mãos (não me lembro quem me ofereceu) um gravador, um pequeno gravador de fita. Como a rádio era o principal meio de comunicação, com ele tentava “imitar” alguns programas. Escrevia o texto, gravava-o e às vezes gravava umas músicas que apareciam por lá de uma forma aleatória. Tinha eu 12 anos e, agora, a esta distância, acho que estava no pelotão da frente das “novas tecnologias”. Acho que era mesmo um fugitivo, utilizando uma metáfora das provas de ciclismo. Mais tarde, apareceram os rádios com gravador de cassetes e giradiscos. Já podia copiar alguns álbuns inteiros de música que passavam num dos canais de rádio em “estereofonia”. Continuava um fugitivo. Com o passar dos anos fui modernizando os equipamentos, tentei manter o ritmo, mas a pouco e pouco deixei de estar no grupo da frente. Principalmente nos anos mais recentes em que as formas de comunicação se diversificaram tanto. Por vezes, olho para a frente para ver onde vão os novos fugitivos e mantenho-me no pelotão. Utilizo o e-mail, contudo ainda gosto de escolher o papel de carta, colar o selo e ir a uma estação dos Correios.2. Centros de interesseDecroly, nascido em 1871, fundou uma pedagogia baseada nos centros de interesse dos alunos. Feita a escolha do tema principal, os alunos devem procurar tópicos secundários e estudá-los. O interesse não exclui de modo algum o esforço. Se o interesse é aquilo que procura uma satisfação para a curiosidade, então o aluno dispõe-se a aceitar o esforço para atingir a aprendizagem. Esta curiosidade pode também ser suscitada pelo professor, motivando-os para novos conhecimentos. Uma pedagogia fundada no interesse não repousa na passividade do professor. O interesse torna os alunos activos e produtivos, o que pode ser considerado uma forma de sabedoria. 3. Preparação para o futuroOs nativos digitais estarão mais bem preparados para o futuro se todos nós quisermos que o futuro seja essencialmente tecnológico. O que pretendemos do futuro? Que tipo de sociedade pretendemos que haja nos próximos anos? As tecnologias foram e são essenciais à sobrevivência humana, mas não deverão ser um fim em si. Edgar Morin, Os sete Saberes Necessários à Educação, refere que se deve ensinar a condição humana e a escola deverá preparar os alunos para afrontar as incertezas: “haverá que ensinar os princípios de estratégia” e é “necessário aprender a navegar num oceano de incertezas através de arquipélagos de certezas”. [] Carlos Raminhos
  • A primeira intervenção escolhida relacionou-se com o tema que estava a ser discutido, isto é, a importância que eu frizo de a aprendizagem não dever ser centrada nos critérios e interesses do aluno, bem como a necessidade dos professores orientarem e monitorizarem aquela, de modo a colmatar as falhas ao nível da proficiência do alunos. Se estes não são orientados, o seu trabalho deriva realmente para os seus interesses de forma caótica, incoerente, sem objectivos educativos. Face à aprendizagem exterior à escola que o aluno realiza, o papel de um professor é muito importante.
  • A segunda intervenção retrata na perfeição o passado, presente e o futuro das gerações. A rapidez com que a tecnologia invadiu os nossos espaços, o conflito dos imigrantes digitais entre o mandar um mail ou uma carta de correio, as dificuldades de relacionamento entre os nativos e os imigrantes quando se trata de aprendizagem com a utilização das tecnologias. Para terminar em grande fica a mensagem, o futuro é incerto mas é “necessário aprender a navegar num oceano de incertezas através de arquipélagos de certezas”.

12/04/09

Nativos Digitais versus Imigrantes Digitais - Reflexão pessoal

Competência a desenvolver: esboçar o perfil do estudante digital.
Actividade: trabalho de leitura e análise individual associado à realização de uma apresentação em Power Point em grupo e discussão dos trabalhos num fórum.
" À medida que os seres humanos se confundem cada vez mais com a tecnologia e uns com os outros através da tecnologia, as velhas distinções entre o que é especificamente humano e o que é especificamente tecnológico tornam-se mais complexas. Estaremos a viver uma vida no ecran ou dentro do ecran?" (Sherry T., 1995)

Quem é o estudante digital?

O Homem como um ser comunicativo desde cedo recorreu a um conjunto de signos culturais. Deste modo, as sociedades humanas têm sido "sociedades de comunicação", variando o grau de complexidade das tecnologias utilizadas para tal. É muito dificil actualmente imaginarmos uma vida sem telefone, rádio, televisão ou o computador. A utilização crescente destes média provocaram transformações no nosso estilo de vida e levou-nos a considerar a diferença entre aqueles que nasceram na dita era digital e os que não tendo nascido nesta altura tentam se integrar e adaptar a toda a panóplia de tecnologias digitais. Dada a chegada rápida e disseminação da tecnologia digital, verificou-se uma descontinuidade enorme na forma como o desenvolvimento dos jovens aconteceu. O resultado deste desenvolvimento e da interação com ele tem levado a que os estudantes pensem e processem a informação de forma diferente dos seus antecessores. Diferentes tipos de experiências levaram a diferentes parâmetros de pensamento. Actualmente, o nativo digital e mais especificamente o estudante digital diferem do Imigrante a níveis diferentes, nomeadamente na socialização, envolvimento, capacidade de análise, pesquisa, aprendizagem, jogo, avaliação, coordenação, conhecimento de terceiros, criação, troca, compra e venda ou partilha. As crianças são socializadas de forma diferente dos seus pais. Como refere Prensky, citando o NetDay servey 2004, "Students are not just using technology differently today, but are approaching their life and their daily activities differentely because of the technology" . Podemos estabelecer diferenças entre o estudante digital e o imigrante:

  • Como elemento singular, os estudantes são inclusos na era digital;
  • Abertos ao Mundo, à mudança constante e maior complexidade, renitentes perante os desafios, os estudantes são exigentes e autodidactas;
  • Os imigrantes, fechados no seu mundo, tentam adaptar-se embora sempre com um pé atrás, imitam na tentativa de se infoalfabetizarem, mas sempre algo reticente face ao novo e desconhecido;
  • Pensam e processam de forma espontânea e rápida;
  • São interactivos quer com a máquina quer com a rede global;
  • Motivados e criativos, dinamizam a sua acção perante a máquina e perante o Mundo de uma forma exigente;
  • Comunicadores natos que, embora com destreza na utilização das ferramentas simples e superficiais, não as utilizam com proficiência;
  • Socializam e são socializados numa atitude de partilha e envolvência;
  • Adoptam comportamentos em função do contexto de utilização (chat, e-mail, etc);
  • São aventureiros ao testarem os limites e transgredirem as regras definidas;
  • São criadores imaginativos, inventivos na busca de soluções rápidas dos problemas, na medida da sua impaciência;
  • São selectivos em todo o potencial de utilização, permitindo-se agir no que promove a sua motivação

Salvo se se pretender o esquecimento perante a educação dos Nativos Digitais, até que cresçam e aprendam por si, é necessário reconsiderar metodologias e conteúdos.

  • Os professores têm de aprender a comunicar na linguagem dos seus alunos, sem descurar aquilo que é importante em termos de competências;
  • Há que adaptar os conteúdos ligados à escrita, leitura, aritmética, mas também ética, política ou sociologia;
  • Há que criar metodologias diferentes para os vários assuntos a vários níveis, utilizando os estudantes como guias;
  • Há que encontrar um ponto de equilíbrio entre os vários actores do sistema de ensino-aprendizagem: escola, professor e aluno;
  • É preciso reconhecer as necessidades específicas dos estudantes;
  • É preciso redesenhar um novo ambiente de aprendizagem;
  • É necessário vencer as resistências e enfrentar esta nova realidade.

Se O Imigrante quer chegar ao Nativo Digital tem de mudar. No sentido de um maior sucesso com base na motivação, surge a necessidade de MUDAR.. · Metodologias; · Conteúdos; · Formas de estar e aceitar

Boyd, D. (2008). Why Youth ♥ Social Network Sites: The Role of Networked Publics in Teenage Social Life. In Youth, Identity, and Digital Media: 119–142.

Goldman, S.; Booker, A; McDermott, M. (2008). Mixing the Digital, Social, and Cultural: Learning, Identity, and Agency in Youth Participation. In Youth, Identity, and Digital Media: 185-206.