17/04/09

Identidade Social na Adolescência - Intervenções no fórum

Intervenção por Paula Simões - Quinta, 2 Abril 2009, 23:25
Dada a presença de textos tão completos, vou ficar mais por uma opinião, após a leitura dos textos obrigatórios, o complementar e um outro que encontrei. Esta temática fascina-me, até porque como coordenadora TIC e formadora encontro muito do que li. “We are those struggling souls, caught between childhood and adulthood, struggling on a path of self-discovery. That’s why we need a blog. We need to voice ourselves, it gives immense relief” A partir do momento em que a tarefa mais complexa e importante da adolescência é a construção da sua identidade, segundo Erikson, o jovem vive esta fase de forma instável, e de avanços e recuos. Caracteriza-se em termos interpessoais como auto-definição, personalidade, papéis, valores pessoais e morais. Ora, as possíveis limitações como sexo biológico, o corpo, raça, idade que têm um grande efeito na construção da sua identidade, aparecem camufladas pelo potencial das tecnologias por eles utilizadas, nomeadamente os blogs e as páginas pessoais. Com a apresentação de um blog como um diário pessoal, com as possibilidades de feed-back através dos comentários, o adolescente exprime-se no sentido que mais precisar, quero eu dizer, naquele que à partida não lhe cria “perigo” de marginalização no grande grupo de iguais. No entanto, ele expõe a sua vida, extravaza incertezas e busca um reflexo que vai contribuir para a sua auto-imagem. Chega-se ao cúmulo de ser possível o jovem criar uma personagem que lhe permite explorar a sua identidade, mas que nem corresponde à realidade. O jovem acaba por fazer prevalecer a expressão linguística, com características únicas em que a utilização dos imoticons, icons gráficos, ou os acrónimos, são uma constante. Porquê os blogs? São fáceis de utilizar e não carecem de técnicos para o manterem ou criarem. Apesar de existirem diferenças de género, em termos de expressividade e conteúdo, as potencialidades de anonimato são enormes, e a possibilidade do jovem explorar a sua identidade de forma até mesmo criativa e inovadora são uma verdade. Cabe ao jovem ter o discernimento, se é que posso neste contexto de construção de uma identidade num ser em desenvolvimento usar o termo. Cabe ao jovem discernir, de forma até inconsciente a melhor forma de aproveitar o recurso que tem pela frente, seja um blog ou uma página pessoal. Leitura extra - http://lakshmibharadwaj.blogspot.com/2007/09/why-do-teenagers-blog.html
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Estudo de caso Intervenção por Paula Simões - Sexta, 3 Abril 2009, 00:18
Escrevi num portal - blogues de adolescentes e entrei no primeiro Blog : Desabafos de uma adolescente: http://malucadanet.blogs.sapo.pt/ que começa assim: - Olá, bem vindos ao meu blog - Deixa um comentário e deixa uma mensagem escrita no mural - Além de tudo diverte-te com a minha vidinha - Jinhux...***swak*** O aspecto gráfico de entrada não é dos melhores, mas o interior/conteúdo é um must. Nele está implícito e até explicito tudo aquilo a que os textos que lemos se referem. Um típico diário pessoal. A caracterização pessoal plena de uma linguística adaptada (Amigos..: Sãö a cöisa mais preciösa**A minha melhör amiga chama-se Jöana! =P friends 4ever ) Depois de passear pelo blogue da Sara, não resisti a fazer uns excertos que denotam a forma como a jovem partilha e abre a sua vida ao mundo, apesar de algures dizer-se anónima. Poder-se-ía dizer que aqui abundam os avanços e recuos da construção da identidade da jovem e a forma expressiva como ela comunica e se auto-define em alguns momentos de forma paradoxal(a bold aspectos que destaco). Citando: “Hoje revi a Joana e o resto da matinha lá da escola e acho que foi como se tivessemos estado aqueles dias juntas (...)Parece que não é preciso contar-lhe os promenores, porque ela os sabe. Conhece-me melhor do que eu própra me conheço. Na verdade, acho que não me quero conhecer. Sei os meus limites e os meus medos... isso chega...” “Não tenho tido muito tempo para ler os blogs deste mundinho ao qual chamamos blogosfera. De certo modo esta é uma grande família à qual pertencemos e é neste cantinho em que partilhamos experiencias (não muita, no meu caso) e falamos do nosso dia-a-dia sem problemas nem perconceitos. Apesar de parecer idiota é muito mais fácil desabafar com quem não pode responder directamente às nossas lamúrias e nos contradizer (...) apesar de aqui sermos pessoas completamente anónimas que se podem fazer passar por quem quer que seja é muito mais fácil acabarmos por sermos falsos na vida real do que aqui, exactamente porque aqui ninguém nos conhece. Mesmo que sejamos feios, parvos, burros, brutos, antipáticos há sempre alguém que vai gostar de nós por nós próprios e é isso que eu gosto na internet e mais particularmente nos blogs, onde encontro uma solidão agradável e escrevo no silêncio do bater das teclas, sem vozes nem confrontos à minha volta. Não vivo sem o meu computador e sem internet, pois aqui é que eu sou e posso sempre ser quem realmente sou. "Pelos vistos tenho bulimia misturado com anorexia (ou seja, como pouco e quando me obrigam a comer mais começo aos vomitos, mesmo sem ter a intenção de o fazer)(...) Não foi propriamente difícil revelar isto no blog... mas parece que dizer isso na cara de alguém é bastante mais complicado..." O blogue é muito rico de conteúdo e comunicação com a presença de links até para um outro blogue dela. Interessante a forma como refere o anonimato quando em qualquer dia em que coloca informação e é quase todos os dias, ela se define em termos de identificação. Refere que, no caso dela não partilha muitas experiências, mas o blogue é um acumular quase mesmo diário de experiências descritas ao pormenor. A forma como a língua portuguesa ao nível sobretudo ortográfico se encontra releva para a tal falta de proficiência dos jovens digitais. Considero que para análise de um blogue tipicamente feminino em fase de construção da identidade adolescente é de visita. Falta tentar encontrar na blogosfera um espaço masculino que venha de encontro ao que designa Erikson quanto à diferença de género, quem sabe encontrado por um colega *Paula
  • Aquando da primeira intervenção aqui referida, considero que, após toda a leitura efectuada e textos alongados/sínteses colocadas por colegas, achei por bem fazer referência a aspectos que considerei mais marcantes. O facto de os blogs servirem como um diário com possibilidade de feed back e contributos para a construção da auto imagem do jovem. Por outro lado, a referência ao potencial do anonimato e ao sentido prático em termos técnicos que é o blog. Junto a isto o facto de ter feito pesquisa extra que ajuda a fundamentar de forma mais intensa, a opinião.
  • Quando analisamos determinada temática, à luz de certas teorias e tendo em conta opiniões e reflexões, creio que o estudo de caso vem comprovar, combater ou levar a mais pesquisa a nossa opinião formada sobre o tema em causa. Neste caso, quando se está a analisar a formação da identidade dos adolescentes, e a forma como a utilização nomeadamente dos blogs interfere nessa formação, nada como um estudo de caso. Depois de tanta leitura e análise procurei blogues de adolescentes e o que refiro aqui possibilita a observação de muitos dos aspectos que foram referidos ao longo dos temas no fórum. É feita referência à linguagem utilizada, a partilha de experiências, o diário feminino típico. Por outro lado faço a proposta para que algum colega encontre um blog masculino, já que nas nossas leituras foi sendo feita sempre uma comparação de género.

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