Quem é o estudante digital?
O Homem como um ser comunicativo desde cedo recorreu a um conjunto de signos culturais. Deste modo, as sociedades humanas têm sido "sociedades de comunicação", variando o grau de complexidade das tecnologias utilizadas para tal. É muito dificil actualmente imaginarmos uma vida sem telefone, rádio, televisão ou o computador. A utilização crescente destes média provocaram transformações no nosso estilo de vida e levou-nos a considerar a diferença entre aqueles que nasceram na dita era digital e os que não tendo nascido nesta altura tentam se integrar e adaptar a toda a panóplia de tecnologias digitais. Dada a chegada rápida e disseminação da tecnologia digital, verificou-se uma descontinuidade enorme na forma como o desenvolvimento dos jovens aconteceu. O resultado deste desenvolvimento e da interação com ele tem levado a que os estudantes pensem e processem a informação de forma diferente dos seus antecessores. Diferentes tipos de experiências levaram a diferentes parâmetros de pensamento. Actualmente, o nativo digital e mais especificamente o estudante digital diferem do Imigrante a níveis diferentes, nomeadamente na socialização, envolvimento, capacidade de análise, pesquisa, aprendizagem, jogo, avaliação, coordenação, conhecimento de terceiros, criação, troca, compra e venda ou partilha. As crianças são socializadas de forma diferente dos seus pais. Como refere Prensky, citando o NetDay servey 2004, "Students are not just using technology differently today, but are approaching their life and their daily activities differentely because of the technology" . Podemos estabelecer diferenças entre o estudante digital e o imigrante:
- Como elemento singular, os estudantes são inclusos na era digital;
- Abertos ao Mundo, à mudança constante e maior complexidade, renitentes perante os desafios, os estudantes são exigentes e autodidactas;
- Os imigrantes, fechados no seu mundo, tentam adaptar-se embora sempre com um pé atrás, imitam na tentativa de se infoalfabetizarem, mas sempre algo reticente face ao novo e desconhecido;
- Pensam e processam de forma espontânea e rápida;
- São interactivos quer com a máquina quer com a rede global;
- Motivados e criativos, dinamizam a sua acção perante a máquina e perante o Mundo de uma forma exigente;
- Comunicadores natos que, embora com destreza na utilização das ferramentas simples e superficiais, não as utilizam com proficiência;
- Socializam e são socializados numa atitude de partilha e envolvência;
- Adoptam comportamentos em função do contexto de utilização (chat, e-mail, etc);
- São aventureiros ao testarem os limites e transgredirem as regras definidas;
- São criadores imaginativos, inventivos na busca de soluções rápidas dos problemas, na medida da sua impaciência;
- São selectivos em todo o potencial de utilização, permitindo-se agir no que promove a sua motivação
Salvo se se pretender o esquecimento perante a educação dos Nativos Digitais, até que cresçam e aprendam por si, é necessário reconsiderar metodologias e conteúdos.
- Os professores têm de aprender a comunicar na linguagem dos seus alunos, sem descurar aquilo que é importante em termos de competências;
- Há que adaptar os conteúdos ligados à escrita, leitura, aritmética, mas também ética, política ou sociologia;
- Há que criar metodologias diferentes para os vários assuntos a vários níveis, utilizando os estudantes como guias;
- Há que encontrar um ponto de equilíbrio entre os vários actores do sistema de ensino-aprendizagem: escola, professor e aluno;
- É preciso reconhecer as necessidades específicas dos estudantes;
- É preciso redesenhar um novo ambiente de aprendizagem;
- É necessário vencer as resistências e enfrentar esta nova realidade.
Se O Imigrante quer chegar ao Nativo Digital tem de mudar. No sentido de um maior sucesso com base na motivação, surge a necessidade de MUDAR.. · Metodologias; · Conteúdos; · Formas de estar e aceitar
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