11/07/09

Por uma Educação Melhor...

No passado do poeta que escreveu versos sublimes, há quase de certeza um professor que o obrigou a exercitar-se na sintaxe, que o forçou a corrigir vezes sem conta frases mal escritas, que ralhou com ele quando se desleixava. Na juventude daquele que escreveu uma bela sinfonia houve muito possivelmente uma professora, talvez já velhota, que lhe explicou cem vezes, pacientemente, qual era a forma correcta de colocar as mãos quando se sentava ao piano. O poeta e o músico tiveram os seus nomes escritos na História, mas ninguém recorda quem foram os seus mestres. No entanto, há uma beleza imensa nesse passar despercebido, nesse ter rasgado as mãos ao trabalhar nos escuros alicerces de um mundo melhor. Uma beleza que só é apreciada pelas grandes sensibilidades, como são as daquelas pessoas que se dedicaram de corpo e alma à educação. Uma boa parte da humanidade prefere aquilo que dá nas vista ou produz frutos imediatos...

Reflexão final - Finalmente chegada ao porto onde agora descanso...

Finalmente chegada ao porto onde agora descanso...
Comecei esta disciplina com bom grado, sobretudo após verificar os conteúdos abordados e sentir que muita da informação e trabalhos passavam pela identificação da relação entre os media digitais e os jovens, assim como a análise das formas de interação social emergentes da utilização dos média. Na medida em que trabalho com jovens diariamente e como coordenadora TIC me apercebo facilmente da relação entre aqueles e todo o mundo digital, esta disciplina considerei-a como sendo uma ponte entre o que vejo e que elações daí posso tirar. Senti que seria também uma forma de alargar os meus horizontes ao nível científico e pedagógico. Achava que não ía ser muito fácil lidar com a necessidade de tempo e de trabalhos a realizar, aspecto que senti também em relação às outras disciplinas neste meu mestrado. Quando se está a tempo integral, há que fazer uma boa organização do tempo e do trabalho. O meu primeiro desafio foi o de ler atentamente o contrato de aprendizagem que me definiria os objectivos, as competências, o percurso de conteúdos, uma metodologia que se preveu dinâmica o que aumentou a minha motivação. A calendarização assim bem definida bem como os conteúdos e actividades previstas funcionaram como uma agenda minha nesta disciplina. Sabendo sempre o que fazer e quando e exactamente como, torna mais fácil toda a aprendizagem creio. Diria que nas minhas espectativas estava um bom porto onde chegaria, de forma a ganhar algo, a enriquecer-me como pessoa e como profissional.
Chegada finalmente ao porto onde agora descanso, revejo o que foi até hoje este percurso e sinto que só ganhei como pessoa e como profissional.
Ao longo destes trabalhos tive oportunidade de ler sobre temáticas relacionadas com as tecnologias e os jovens, pelo que ganhei muito com isso. Talvez de outra forma, não o fizesse. Sinto assim que ganhei muito em termos de utilização do meu tempo e do meu trabalho.
A forma como a partilha de opiniões foi feita via fórum considero que foi muita positiva. Os colegas manifestaram-se sempre de uma forma correcta, contribuindo com as suas ideias, mas quase sempre valorizando as restantes opiniões e trabalhos.
Após a experiência com os trabalhos de grupo, acho que não podiam ter corrido melhor a meu ver e desde já manifesto aqui o meu agrado pelos colegas com quem trabalhei que mostraram em todos os momentos um trabalho de louvar e que ajudaram a que o meu percurso também corresse pelo melhor. Os prazos foram sempre cumpridos, nunca houve falhas em termos do trabalho de grupo e a questão afectiva esteve sempre presente da forma mais positiva. Sem desprestigiar qualquer outro elemento do grande grupo, aqui nesta unidade curricular tenho a agradecer aos colegas Nuno Lopes, Octávio Inácio, Paulo Azevedo, Pedro Amaral, Rui Fernandes e Sandra Sousa. Quando existe trabalho em grupo, na minha opinião, os seus elementos são preciosos para um bom decorrer de todo o trabalho e para uma continuada vontade de prosseguir.
Um aspecto que considero muito importante teve a ver com a qualidade dos trabalhos apresentados por cada elemento ou grupo, que permitiram um maior desenvolvimento face aos conteúdos e opiniões partilhadas.
Uma questão a sublinhar pelo seu carácter positivo relaciona-se com a estrutura desta unidade. A estrutura temática tinha um fio condutor bem orientado e os timings bem definidos. Esta coerência ajudou bastante a organizar o meu tempo e trabalho.
A dinâmica entre os colegas ao longo de todo este tempo foi muito positiva e o facto de ter havido um feed back face ao resultado geral de cada tema por parte dos professores ajudou a sentir que não estavamos sozinhos. Esse feed back foi a ponte entre cada tema que fomos abordando.
Só tenho a dizer, para terminar que, se algum receio tinha, foi infundado, agora o sinto e refiro. Em nenhum momento senti perda nesta unidade curricular, pelo contrário. Os ganhos foram constantes e não terminam por aqui, pois considero terem ajudado a abrir ainda mais a porta para um desenvolvimento meu, como pessoa e como profissional.
Paula Simões

Análise da Indentidade em Sites Sociais - Intervenções no fórum

por Rui Fernandes - Quarta, 3 Junho 2009, 07:28
VivaOs sites sociais são apenas mais uma das ferramentas virtuais à disposição dos jovens para a sua socialização, para a formação da sua identidade, da procura do "eu", muito embora resulte dos trabalhos efectuados que não se encontram esses "eus" de forma significativa ou, se assim o quisermos identificar, mais facilmente encontramos o que poderíamos designar de "eu" colectivo. Percebe-se, da parte dos jovens, “uma compreensão do mundo, uma identidade partilhada, uma busca de inclusão, um consenso com vista a um interesse colectivo” (Livingstone, 2005).As marcas identitárias foram encontradas por todos os grupos e não representam mais do que o que tinha sido estudado com base nos textos fornecidos na actividade anterior.Encontramos, claramente, uma diferença entre rapazes e raparigas no que respeita ao aspecto gráfico, na apresentação estética. As características identificadas em sites de rapazes são idênticas, maior agressividade em termos de texto e composição gráfica do site, menos identificação pessoal, menos revelações de si próprios, procurando garantir uma maior privacidade. As raparigas com um discurso mais terno e fraterno, com mais preocupações estéticas onde os emoticons se apresentam em grandes quantidades e onde os brilhos, as cores e as sensações parecem estar sempre presentes. Revelam-se mais e parecem não se preocupar com a privacidade identificando muitas delas a escola que frequentam, com todos os riscos que isso pode acarretar, bem como as inúmeras fotografias que se podem encontrar. Denotam aqui algum menor contacto com alguém que lhes tenha permitido uma integração no site dando a conhecer os perigos que daí poderiam advir. Como defendem Goldman e Mcdermott (2008), é importante a criação e a sustentação de um ambiente intergeracional que permita aos jovens a aquisição da capacidade de liderar.As preocupações estéticas, tal como o número de amigos, fives, comentários, são manifestações de afirmação pessoal, parecendo que esta é uma real necessidade. Gostam de sentir-se elogiados e a demonstração de conhecimentos tecnológicos para proporcionar um site agradável ao olho de quem observa, atractivo, é importante na rede social e marcante de uma posição na hierarquia do sucesso.No entanto, as características comuns a ambos os géneros continuam a ocupar um espaço importante de análise. Em ambos os casos, é evidente a necessidade de uma certa afirmação pessoal revelada pela "competição" entre todos pelo ceptro do número de amigos. Verdadeiramente, o número de amigos nem sempre corresponde aquilo que são os comentários, as participações e as interacções registadas. Verifica-se também que a maioria dos amigos está na mesma faixa etária e que a partilha de emoções se traduz em textos escritos com linguagem própria, nem sempre facilitada e com limitações linguísticas que podem ser importantes revelando, certamente, dificuldades em termos de escrita no futuro. Os jovens partilham experiências, encaram os sites como prolongamentos da sua vida, mas não fazem uma única referência à utilização do site com fins pedagógicos ou de aprendizagem.Muitos jovens analisam-se, fazem autocrítica, mostram os seus defeitos e este é um aspecto importante destes sites: a reflexão pessoal. Já Stern (2008), nos seus estudos de análise, referiu que a recompensa mais referida pelos jovens era a da possibilidade que a construção de sites lhes dava de fazerem uma que, de outra forma, dificilmente fariam. Trata-se de um aspecto muito importante, já que confere ao jovem a possibilidade de colocar-se no seu lugar e pensar em função de si próprio e não daquilo que acha que os outros devem "ver".Um aspecto preocupante detectado em vários sites é a diminuta leitura e referência a livros feita pelos jovens. Denota um afastamento que não é positivo em termos sociais e culturais. Outra preocupação é a do não acompanhamento destes espaços pelos educadores, em grande parte dos sites analisados, já que não é de crer que, sendo acompanhados, fosse permitido determinado tipo de linguagem ou comentário desagradável em relação a outrém, como encontramos algumas vezes. Por outro lado, há um ponto comum que é a música, fundamentalmente, anglo-saxónica, que os jovens ouvem e fazem-no em grandes proporções. Ouvem muita música e referem muitos grupos ou cantores conhecidos de todos e outros menos conhecidos do chamado grande público.Até...RF
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por Paula Simões - Quarta, 10 Junho 2009, 16:13
Boa tarde, Após ler atentamente todos os trabalhos apresentados e que considero de grande qualidade, vou aqui referir os aspectos que considero mais marcantes ao nível das marcas identitárias dos jovens em sites sociais sobretudo no hi5. - À vista salta o tipo de linguagem adaptada utilizada e muito pela negativa, o calão de forma persistente e mostra de, como diz o Rui, falta de acompanhamento; - A expressão gráfica presente nomeadamente no hi5, demonstra uma preocupação de gosto pessoal e imprime uma postura perante os outros; - A forma como o hi5 é utilizado para comunicar, partilhar, procurar apoio ou mesmo insultar. Considero que é interessante a forma como estes espaços virtuais "ajudam" os jovens a crescer, mas ao mesmo tempo é assustador a forma como o potencial se pode reverter da pior forma, para humilhar e criar atritos entre os utilizadores. Senão vejamos, como é referido num dos trabalhos mais especificamente, de um amigo do meu amigo eu chego a outros, salvo se os espaços forem privados. Não é de estranhar que uma rapariga algures num hi5 esteja a ser "crucificada" por outras e venha a saber isso por uma amiga distante que por coincidência era conhecida de um amigo que visualizou o referido espaço de maldizer. Parece confuso, mas a rede social a que me refiro é isto mesmo. Sem se darem conta os jovens são conhecido algures bem longe do que imaginam, através da escrita ou de fotos, com ou sem o seu consentimento. O que está a falhar na comunicação verdadeira face to face, está dispersa na rede, quase sem qualquer controlo por parte de ninguém. Daí a necessidade dos jovens se integrarem no grupo pela positiva, se enquadrarem nos moldes aceitáveis do grupo de iguais. Ser rapariga ou rapaz na rede social pode ser diferente, mas as consequências de uma má gestão da interacção podem ser determinantes. Fica a questão que tem sido aqui colocada várias vezes...onde isto vai parar? Que consequências desta evolução algo desregrada terão os jovens de enfrentar no futuro? O Rui já referiu algo neste sentido, fica sempre muito por dizer! *Paula
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  • A escolha da intervenção do Rui, está relacionada com o facto de mostrar um apanhado de quase todo o trabalho feito pelos grupos. Além das características que aponta relacionadas com as diferenças de género, especifica as marcas identitárias presentes nos vários sites e vai mais além com uma análise da relação entre essas marcas e o desenvolvimento pessoal dos jovens.
  • A segunda intervenção escolhida vem acrescentar algo à primeira, sintetiza ideias ressalvando os aspectos mais marcantes dos sites analisados, no seu geral e alerta para aquilo que será o futuro de uma geração algo desenfreada na forma como se expõe e terminando com uma questão importante que deixa em aberto qualquer tipo de discussão sobre as consequências desta evolução tecnológica e a forma como ela é utilizada.

10/07/09

Análise da identidade em sites sociais- trabalho de grupo

Análise da Identidade em Sites Sociais: Comentário e Reflexão

Competências: Identificar marcas identitárias da adolescência em sites sociais de jovens

Actividade: Construção em grupo de uma grelha de análise de marcas identitárias em sites sociais de jovens e análise de sites escolhidos, tendo em conta a grelha construida.

Comentário: Nada como a observação "in loco" ou estudo de caso para comprovarmos teorias, ideias e conseguirmos perceber melhor tudo o que vai sendo dito após leituras de textos sobre as várias temáticas. Esta actividade foi no fundo o culminar de tudo o que havia sido dito sobre identidade dos jovens, a sua construção e os sites sociais que eles constroem. A estratégia da procura de sites de jovens e análise com base numa grelha criada pelo grupo, fez com que nós observassemos, com olhos de ver e aplicássemos o que até aqui tanto discutimos. A prova estava à nossa frente, nos sites que analisamos, mais ou menos evidente. Para avaliarmos 4 sites acabamos por ver muitos mais. Foi interessante a partilha dentro do grupo, que mais uma vez trabalhou com afinco, das informações que os jovens transmitem nos seus sites. Cada elemento do grupo foi relacionando o observado com o assimilado previamente e o trabalho foi-se construindo. A partilha final com o grande grupo permitiu ver ainda mais além, até porque não havia análise única de hi5. Ampliamos conhecimento e mais uma vez partilhamos experiências e ideias.

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O trabalho desenvolvido ao longo desta unidade curricular culmina com o testemunho prático de tudo o que foi aqui referido. A forma como os jovens formam a sua identidade e como a tecnologia influencia essa formação. Existe um ciclo que se fecha em si mesmo quando nos apercebemos que a tecnologia ao dispor dos jovens é por eles utilizada de forma incrível e isso provoca uma formação mais ou menos atribulada da sua identidade. O resultado vai de encontro a um crescimento do individuo, mais ou menos equilibrado, mas que vai ter implicações na forma como ele utiliza as tecnologias em seu favor e para reflectir-se na sociedade a que pertence. Assim, cheguei, junto com os meus colegas de grupo a algumas conclusões:

- a análise dos sites sociais por nós feita e os resultados obtidos são uma prova das competências dos nativos digitais.

- A dificuldade em acompanhar, muitas das vezes os jovens neste percurso de utilização desses sites prende-se com a ligação tardia aos media, daí serem imigrantes digitais

- Está mais que definido o papel da Internet na construção da identidade durante a fase da adolescência, pela vivência de sentimentos de competência que permite.

- A Internet é um espaço por excelência da exploração da identidade e um meio de socialização

- Dada a elevada quantidade de adolescentes que aderem às redes sociais, torna-se urgente a necessidade de segurança na Internet e o acompanhamento pelos pais/educadores em termos de atitudes e formação/informação

- Os jovens assumem uma cultura escrita específica nos seus sites “As tecnologias não são realmente um fim em si mesmas, mas antes um meio para atingir um fim”. Todo o trabalho desenvolvido pelos vários grupos nesta actividade foi de encontro a uma resposta. Os nativos digitais utilizam a tecnologia ao seu alcance como um meio, até inconsciente de construção da sua identidade, nomeadamente nos sites que produzem e a partir dos quais interagem socialmente. Esses sites impregnam-se de marcas identitárias específicas dessa situação.

Trabalho do grupo em http://www.slideshare.net/sandramvsousa/grupo-reggae-1#stats-bottom

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A base bibliográfica foi toda a referida até à data